Tentador de emprestado
Foi em dois mil e três
Lavado em lágrimas
Condenei o amor eterno,
Faltaram-me palavras.
Conheci tamanho universo,
Em pratos rasos, jantaradas,
Pedi um copo para o regresso
E não queria mesmo mais nada.
Tentei levantar os braços,
Pedir a Deus novo destino,
Este não tinha engraço,
Eu ainda era um menino.
Jovem, capaz,
Fígado de homem grande,
Recheado de guerra e paz,
O sabor forte de brande.
Já não fiz mais pedidos,
Escondi-me do futuro feliz,
Gabei-me de dias perdidos,
Na vida, era aprendiz.
A evitar fado, era mestre,
Sabedor de muito vinho,
Matar tempo não era um teste,
Mas o único sentido.
Vaiava loucuras dos novos,
Misturadas com pedras agudas,
Atirava-me à mão dos povos,
Em patéticas figuras.
Caí no comum dos momentos,
Pedi um café com cheirinho,
Emborrachado e desatento,
Deixei-me ficar no ninho.
Agora não voarei,
Não tenho falta de ar;
Não nadarei,
Tenho medo do mar.
Ficarei, então,
Perdido neste canto,
Mas hoje peço galão,
A cabeça já me dói tanto.
JOHNNY SALVATORE
👏👏👏👏
LikeLiked by 1 person
Não vos conheço, claro. Precisarei de vos ler muito mais (prometo). Mas…e nada. Nada de “mas”, o caso é que você tem culhões poéticos. Seja lá o que isto queira dizer. Mas, você há de convir comigo: né pouca coisa não, não senhor. Estou gostando de vos ler. Abraços.
LikeLiked by 1 person
Obrigado! Terei todo o prazer em convir, não se acanhe. ☺️
LikeLike